Cadernos de Anotar a Vida ...ou retalhos de uma vida que passa...

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Localização: Lisbon, Portugal

terça-feira, abril 25, 2006

VIVA A LIBERDADE!!!!



A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.
A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.
A Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de Abril de 1976, aprova e decreta a seguinte Constituição da República Portuguesa:


(...)


(Tarefas fundamentais do Estado)

São tarefas fundamentais do Estado:

a) Garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam;
b) Garantir os direitos e liberdades fundamentais e o respeito pelos princípios do Estado de direito democrático;
c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais;
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais;
e) Proteger e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do território;
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa;
g) Promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional, tendo em conta, designadamente, o carácter ultraperiférico dos arquipélagos dos Açores e da Madeira;
h) Promover a igualdade entre homens e mulheres.

Direitos e deveres fundamentais

TÍTULO I

Princípios gerais



(Direito de resistência)

Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública.

TÍTULO II

Direitos, liberdades e garantias


CAPÍTULO I


Direitos, liberdades e garantias pessoais

(...)

Artigo 27.º

(Direito à liberdade e à segurança)


1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.

(...)

Artigo 37.º

(Liberdade de expressão e informação)


1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.
4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.


Artigo 38.º

(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)


1. É garantida a liberdade de imprensa.
2. A liberdade de imprensa implica:
a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, bem como a intervenção dos primeiros na orientação editorial dos respectivos órgãos de comunicação social, salvo quando tiverem natureza doutrinária ou confessional;
b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de redacção;
c) O direito de fundação de jornais e de quaisquer outras publicações, independentemente de autorização administrativa, caução ou habilitação prévias.
3. A lei assegura, com carácter genérico, a divulgação da titularidade e dos meios de financiamento dos órgãos de comunicação social.
4. O Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico, impondo o princípio da especialidade das empresas titulares de órgãos de informação geral, tratando-as e apoiando-as de forma não discriminatória e impedindo a sua concentração, designadamente através de participações múltiplas ou cruzadas.
5. O Estado assegura a existência e o funcionamento de um serviço público de rádio e de televisão.
6. A estrutura e o funcionamento dos meios de comunicação social do sector público devem salvaguardar a sua independência perante o Governo, a Administração e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
7. As estações emissoras de radiodifusão e de radiotelevisão só podem funcionar mediante licença, a conferir por concurso público, nos termos da lei.

(...)

Artigo 42.º

(Liberdade de criação cultural)


1. É livre a criação intelectual, artística e científica.
2. Esta liberdade compreende o direito à invenção, produção e divulgação da obra científica, literária ou artística, incluindo a protecção legal dos direitos de autor.

Artigo 43.º

(Liberdade de aprender e ensinar)


1. É garantida a liberdade de aprender e ensinar.
2. O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.
3. O ensino público não será confessional.
4. É garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas.

(...)

Artigo 45.º

(Direito de reunião e de manifestação)


1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.
2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.

Artigo 46.º

(Liberdade de associação)


1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal.
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela.
4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.

(...)

Estes são apenas alguns, os que a mim mais me tocam, da nossa constituição, votada e aprovada a 2 de Abril de 1976.

Optei por colocar excertos da contituição, pelo facto que acredito que esta é uma das mais importantes heranças deixadas pela Recolução dos Cravos. Porque pensei:

-Quantos/as de nós já alguma vez leram a Contituição Portuguesa?? Quantos/as de nós conhecem-na verdadeiramente?? Quantos/as de nós lhe damos o seu verdadeiro significado e importância??

Por isso aqui ficam alguns artigos e alineas, que não sendos as únicas verdadeiramente importantes, pois assim teria que colocar toda a constituição, são as que pessoalmente me tocam mais.

Quanto mais não seja para tentar assinalar, assim, um dos dias que, para mim, mais importantes considero do nosso calendário e que tristemente passou apenas a ser mais um feriado, em que os/as mais jovens não sabem o significado, e espero que nunca tenham de o perceber verdadeiramente, significando assim que continuamos a ser livres e a ter as nossas liberdades fundamentais.


E DEPOIS DO ADEUS... VIVA A LIBERDADE!!!!!





(Excertos da constituição retirados de http://www.parlamento.pt/const_leg/crp_port/index.html
1ª foto retirada de
http://www.pts.org.ar/notas.asp?id=2869
2ª foto, Um canhão apontado à PIDE de Victor Valente retirada de
http://www.actviva.com/
3ª página do jornal, República, retirada de http://bnd.bn.pt/ed/25abril/01/0001/001.html

4ª foto retirada de http://www.duplipensar.net/principal/2004-04-cravos-imagens.html)

domingo, abril 23, 2006


E se afinal a vida não for só esta vida???... E se afinal no fim da rua do Parque Mayer algo acontecer???.... E se o meu chorar não for apenas um chorar???... E se for um esperar???... A emoção é uma coisa esquisita... Não quero senti-la mas é um facto que a sinto sem explicção possivél... E então??????????

sexta-feira, abril 14, 2006


Mas, meu caro senhor, é com o coração que em si confio. Para mais, deixámos os nossos corpos na sala onde descorre o banquete. O que está aqui na relva nada mais é que a sombra das nossas almas. (...) Nesse caso, são as nossas almas que se abraçam.

Virginia Wolf in A Casa Assombrada

(Litografia de Ted Drake, Hug, retirada de http://www.sdcoop.com/drake/contents/lithos/lithos.html)


Para um amor se tornar inesquecivél é preciso que, desde o primeiro momento, os acasos se reúnam nele(...)

Milan Kundera in A Insustentável Leveza do Ser


quarta-feira, abril 05, 2006

Tavira


Sinto o imenso sopro quente dos céus
que remontam a alturas tardias.
Lembranças inóspitas, sonhos meus
que suprimem toda a minha alegria.
A tua praia, o teu romper de ondas
incessante, apaixonado, nostálgico!
Estacas de madeira sob as quais se controem cabanas,
que por sua vez albergam amores!
A Hora Mágica crepuscular
traz-me melancolicamente à ideia
o toque caloroso e suave da tua areia,
a vontade incessante e forte de às tuas àguas regressar!!


20-V-99

(foto Barco para a Ilha retirada de http://galerias.escritacomluz.com/jcd/Tavira/aav)

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